quarta-feira, 4 de maio de 2011

ESTUDANDO A COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA E O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO

O grupo de profissionais do CEMITRA, realizou na sexta-feira (29/04/2011) estudos de casos com os temas Comunicação Alternativa e Ampliada pela manhã e Atendimento Educacional Especializado no período da tarde. Os estudos foram dirigidos pela diretora Fabiana Cristina Majchszak, que repassou as seguintes informações e conhecimentos:
A Comunicação Alternativa e Ampliada é a área da Tecnologia Assistiva, trata-se de um conjunto de métodos e técnicas que viabilizam a comunicação, complementando ou substituindo a linguagem oral comprometida ou ausente. Envolve desde sistemas de comunicação não apoiados (sinais manuais e expressões faciais), até sistemas apoiados de baixa tecnologia (pranchas temáticas com pictogramas e/ou escrita) e sistemas apoiados em alta tecnologia (sistemas computadorizados com acionadores de voz). (MANZINI, 2009)
Portanto, é uma área que propõe compensar temporária ou permanentemente a dificuldade do indivíduo em se comunicar. Sugere-se que se desenvolvam recursos de baixo custo, utilizando figuras recolhidas de diferentes fontes, como internet, revistas, panfletos entre outros, bem como materiais pedagógicos disponíveis, como imagens funcionais. (MICROSOFT/EDUCAÇÃO, 2010)
Sugestões:
DICAS
OBJETIVOS
Iniciar com figuras ou fotos grandes no tamanho aproximado de 10 cm X 10cm.
Facilitar a aprendizagem e a discriminação visual.
Utilizar objetos concretos ou miniaturas.
Respeitar o nível de compreensão do aluno.
Apresentar figuras ou fotos relacionados à rotina escolar do aluno.
Facilitar aprendizagem.
Considerar a individualidade da pessoa e o contexto do aluno.
Garantir a funcionalidade do recurso.
Chamar a atenção da pessoa que utiliza a CAA para relacionar a imagem à atividade.
Favorecer a assimilação e uso.
Disponibilizar álbuns, cadernos ou pranchas aos alunos contendo figuras/fotos importantes para sua comunicação em todos ambientes.
Utilizar a CAA em todos os ambientes.
Ampliar o número de pessoas que ofereçam o recurso, além do professor: familiares, colegas de sala, profissionais, entre outros.
Favorecer a participação de todos os envolvidos na implantação e utilização da CAA.
Aumentar gradativamente, de acordo com o aprendizado, o número de figuras ou fotos apresentadas.
Ampliar o vocabulário.
Associar, sempre que possível, símbolos específicos como o PCS (Picture Communication Symbols) com outras imagens.
Enriquecer o processo de comunicação.
Perseverar no uso da CAA, lembrando que ela é essencial para o desenvolvimento da comunicação e aprendizagem desses alunos.
Garantir o direito à comunicação.

O formato do recurso de CAA deve levar em conta alguns aspectos do aluno, como as habilidades físicas, habilidades cognitivas, atitude do aluno, local, a tarefa e com quem será utilizado o recurso.
Habilidades Físicas: o tipo de habilidade física do usuário determinará o melhor formato de seu recurso de comunicação. Devem ser observadas as habilidades em virar a página, apontar com precisão e alcançar todos os pontos da prancha. Caso haja dificuldades, os formatos e estratégias de seleção deverão ser diferenciados.
Habilidades Cognitivas: a habilidade em reconhecer e utilizar um objeto concreto, foto ou desenho uma mensagem deve ser considerada.
Atitude: deve-se considerar as reações do aluno diante do recurso de comunicação, o importante é estar atento às necessidades e desejos do aluno para uma introdução adequada do recurso de comunicação. Desta forma, pode-se encontrar um assunto interessante ao aluno, que traga motivação em estabelecer trocas comunicativas.
Local: a seleção do vocabulário deve estar de acordo com o ambiente, ou seja, de acordo com a oficina, atendimento, banheiro, área de alimentação, dentre outros.
Parceiros de Comunicação: é importante que faça parte do vocabulário símbolos que representem o que os parceiros de comunicação gostariam de saber sobre o aluno com a dificuldade de comunicação oral.
Tarefas do Cotidiano: conforme a rotina do aluno, podem criadas pranchas temáticas, com os símbolos que representam o vocabulário que o usuário necessitará em cada situação específica.

PICTURE COMMUNICATION SYMBOLS

Os PCS (Símbolos de Comunicação Pictórica) foram idealizados em 1980 pela fonoaudióloga norte-americana Roxanna Mayer Johson. Este sistema simbólico é composto por aproximadamente 8 mil símbolos que representam uma grande variedade de vocabulário. São de fácil reconhecimento e, por isso, muito utilizados por crianças ou indivíduos que apresentam dificuldades em compreender representações mais abstratas. Ele é basicamente pictográfico e beneficia indivíduos de qualquer idade.
Traduzido para o português brasileiro, o PCS possui símbolos característicos e próprios de nossa história e cultura nacional sendo o sistema simbólico mais utilizado no Brasil. Trata-se de um sistema aberto que se adapta a questões regionais, culturais e pessoais do usuário, possui uma simbologia de fácil interpretação.
O Boardmaker, software para aprendizagem e comunicação alternativa, possui uma biblioteca com mais de 4.500 símbolos PCS em cores e em preto e branco. Com seus símbolos podem ser organizados diversos materiais para comunicação, dentre eles:
Ø      Pranchas de Comunicação: podem ser organizadas de diversas formas, em pastas, cartazes, fichários, dentre outros, e objetivam facilitar a comunicação. Nela os alunos que apresentam condições motoras, mesmo que limitadas, podem apontar para um símbolo conforme suas necessidades comunicativas.
Ø      Cartões de Comunicação: trata-se de uma maneira simples de mostrar símbolos em um espaço compacto, geralmente organizados em fichários, presos em argolas ou em porta-cartões. Os cartões são bastante úteis, como exemplo, podemos citar uma oficina de culinária onde o professor pode selecionar o vocabulário (receita) e após, organizá-lo com a turma, ordenando os cartões para montar a receita. É muito útil também com alunos com baixa visão, onde existe a necessidade de ampliarmos muito o símbolo gráfico.
 Ø      Agendas e Calendários: estimulam a organização espacial e temporal dos alunos, além de tornar um instrumento importante para a socialização de informações.
  
SOTWERES GRATUITOS

O Comunique e o Teclado Comunique são programas gratuitos que realizam a função de pranchas dinâmicas e teclado virtual. (www.comunicacaoalternativa.com.br). A Prancha Livre de Comunicação é um Software Livre executável em ambiente Windows que foi desenvolvido pelo Laboratório de Engenharia de Reabilitação (LER) da PUCPR. Para download do programa consulte o site: www.ler.pucpr.br/amplisoft.

Apresentação do tema.

Diretora Fabiana, Psicopedagoga Cristiane e Professora Vilma.



PROPOSTA DO AEE

No campo jurídico sempre houve a preocupação da aplicação eficaz do princípio da igualdade, surgindo convenções e tratados internacionais reafirmando o direito de todos os seres humanos à igualdade e dando especial ênfase à proibição de discriminação em virtude de raça, sexo, religião e deficiência. Desta forma, a Constituição Brasileira garante a todos o direito à educação e ao acesso à escola.
O AEE funciona em moldes similares a outros cursos que complementam os conhecimentos adquiridos nos níveis de ensino básico e superior, não substitui a escola comum para pessoas com acesso obrigatório ao Ensino Fundamental (7 a 14 anos), devendo ser oferecido em escolas comuns da rede regular, é garantido pela Constituição Federal.
A tendência atual é que o trabalho da Educação Especial garanta a todos os alunos com deficiência o acesso à escola comum, removendo barreiras que impedem a freqüência desses alunos às turmas do ensino regular. A Educação Especial é uma modalidade de ensino que perpassa todas as etapas e os níveis de ensino básico e superior, de forma complementar ou suplementar.
Essa modalidade deve disponibilizar um conjunto de recursos educacionais e de estratégias de apoio aos alunos com deficiência, proporcionando-lhes diferentes alternativas de atendimento, de acordo com as necessidades de cada um.
São consideradas matérias do AEE:
·        Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS);
·        Interpretação de LIBRAS;
·        Ensino de Língua Portuguesa para Surdos;
·        Código Braille;
·        Orientação e Mobilidade;
·        Utilização de Soroban;
·        Ajudas técnicas;
·        Informática adaptada;
·        Mobilidade e CAA;
·        Tecnologias Assistivas;
·        Informática Educativa;
·        Educação Física Adaptada;
·        Enriquecimento e aprofundamento do repertório de conhecimentos;
·        Atividades de Vida Autônoma e Sócia, entre outras.

Em suma:
·        Todos os alunos, independente da deficiência/limitação, devem ser matriculados nas escolas comuns.
·        Extinção das Classes Especiais, mesmo que inseridas na escola comum, e das Escolas Especiais.
·        Todas as escolas deverão contar com o AEE para trabalhar com o aluno no contra-turno e prestar apoio ao professor na classe regular (através de orientações).

AEE - DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

A dificuldade em diagnosticar a deficiência intelectual tem levado a uma série de revisões do seu conceito. O diagnóstico desta deficiência não se esclarece por supostas categorias e tipos de inteligência, porém ainda se utiliza como parâmetro de definição o CID 10 (Código Internacional de Doenças) desenvolvido pela Organização Mundial de Saúde, especificando o Retardo Mental (F70-79), cuja definição ainda está baseada no coeficiente de inteligência (QI), classificando-o entre leve, moderado e profundo, conforme o comprometimento.
A pessoa com deficiência intelectual apresenta inúmeras dificuldades nas interações com o meio para assimilar as propriedades físicas do objeto de conhecimento, como por exemplo, cor/forma/textura/tamanho e outras características retiradas diretamente desse objeto. Isso ocorre porque são pessoas que apresentam prejuízos no funcionamento, estruturação e na construção do conhecimento.
Para possibilitar progressos em sua aprendizagem, a pessoa com deficiência intelectual necessita exercitar sua atividade cognitiva através do estímulo e provocação da cognição, para que possam interiorizar o conhecimento e fazer uso dele oportunamente.
É importante lembrar que o AEE não deve ser confundido com reforço escolar ou com atendimento clínico, mas sim um espaço aonde são oferecidos os alunos a oportunidade de se expressar, pesquisar, inventar hipóteses e reinventar o conhecimento livremente.

SUGESTÕES DE RECURSOS – AEE – DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

·        Tecnologia Assistiva (TA): adaptação de materiais escolares e pedagógicos;
·        Comunicação Aumentativa e alternativa – CAA: para os alunos que apresentam limitações e/ou ausência da linguagem verbal;
·        Recursos Tecnológicos: atividades e jogos educativos de informática;
·        Materiais concretos: para a construção de significados.


INICIAÇÃO AO TRABALHO

Cabe à Oficina Pedagógica promover o ensino de competências e habilidades básicas, essenciais para o funcionamento do aluno em todas as instâncias da vida em comunidade, é a instância responsável pela Iniciação para o Trabalho. Ao invés de investir no ensino de uma atividade profissional específica, esta deve ser uma atividade/meio para o ensino das competências e habilidades básicas.
O método de ação na Iniciação ao trabalho deve considerar:
·        Atendimento Individualizado;
·        Elaboração de Plano Individualizado de Aprendizagem;
·        Avaliação contínua do desenvolvimento do aluno e do trabalho do professor;
·        Definição do método de trabalho;
·        Salas ambientes;
·        Temas Geradores;
·        Programação pedagógica.

NO CEMITRA – COMO FAZER

·        Escolher um Tema Gerador – primar pelos interesses da turma;
·        Respeitar opções dos alunos;
·        Observar a programação de atendimento para organizar os trabalhos;
·        Desenvolver um Projeto Quinzenal para confecção de determinado artefato (início/meio/fim);
·        Observar as potencialidades individuais dos alunos para adequar o método e as atividades;
·        Observar a participação e envolvimento dos alunos, sentimento de pertença;
·        Propiciar que o ambiente esteja organizado e com os materiais necessários para desenvolver as atividades;
·        Valorizar todas as produções, independente da habilidade e da qualidade do produto final do aluno;
·        Desenvolver um trabalho coletivo com os demais profissionais – troca de idéias;
·        Ao final da quinzena – Mini Curso – o aluno poderá levar uma de suas produções para casa;
·        Registrar de forma fidedigna o desempenho do aluno em determinada Oficina.

Tema estudado no período da tarde.

Professoras: Luzia Cardoso, Luzia Mannes, Fátima, Édina e Luziane.

No intervalo dos estudos foi oferecido um delicioso lanche em comemoração aos aniversários das professoras Edilmara (02/05) e Conceição (30/04).
Aniversariantes: Conceição e Edilmara.

Conceição, Fabiana e Edilmara.

Ana Carolina, Márcia e Fátima.

Augustinho e Édina.

Vilma e Nicette.

Luziane e Delmara.

Cristiane e Vilma.

Augustinho, Édina, Luzia e Cristiane.



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